BASSO,Graziélli Cristina
CACIOLA, Maria Angélica
OLIVEIRA, Rovana França
Acadêmicas da Faculdade de Ensino
Superior Dom Bosco
Membros Bolsistas do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e
Sexualidade – GEPES GEPES-PET-MEC-FDB
BONFIM, Cláudia (Orientadora)
Resumo: A presente pesquisa
possui caráter qualitativo, realizada através de pesquisas bibliográficas. Fundamenta-se
especialmente em Nunes e Silva, Bonfim, Vianna, entre outros autores que
abordam o tema. Procura-se pensar as questões de gênero e a sexualidade dentro
do espaço escolar, ou seja, como que os educadores estão lhe dando com essas
questões e qual sua visão sobre o assunto. Onde podemos notar que grande parte
dos educadores não possuem formação adequada para lidar com as temáticas de
gênero e sexualidade.
Palavras-chave: Gênero, sexo, sexualidade,
educação sexual.
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INTRODUÇÃO
O artigo será realizado através
da revisão de literatura, onde iremos apresentar uma breve abordagem sobre como
os pais e a escola lidam com a sexualidade. A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB - 9394/96), declara em seu artigo segundo, referente aos
Princípios e Fins da Educação Nacional que: “a educação, dever da família e do
Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.’’ A escola e
a família tem o dever de prepara o educando para a cidadania, para a vida
social e para o mercado de trabalho, porém por falta de conhecimentos ou mesmo
por influencia da sociedade dominante muitos pais e até mesmo professores
sentem-se envergonhados, despreparados para trabalhar a sexualidade com seus
filhos e o educando, acabam relacionando sexualidade ao sexo, biológico e
esquecem o verdadeiro significado da sexualidade.
Para melhor compreensão o
artigo será dividido duas seções onde iremos conceituar e interpretar, como a escola e a sociedade
esta lidando com a sexualidade dentro de seguintes temas: Sexualidade e
Educação sexual que a escola oferece e Como a sociedade e os professores lidam
com a questão de gênero.
2
OBJETIVO GERAL
O objetivo central é
compreender como a sexualidade,
educação sexual e gênero estão sendo
trabalhados dentro da escola em relação ao desenvolvimento do educando para a
vida social.
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PROBLEMÁTICA
Os pressupostos apresentados
levantam o seguinte questionamento neste estudo: Como pais e educadores estão
lidando com a sexualidade em relação ao preparo do educando para vida
social? Enfatizando três importantes
campos: sexualidade, educação sexual que a escola oferece e como a família e os
professores lidam com a questão de gênero.
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QUESTÕES DE GÊNERO NO ESPAÇO ESCOLAR
Inicialmente é importante
esclarecermos que gênero refere-se as características e papéis culturalmente
impostos pela sociedade dominante em relação ao masculino e feminino. Segundo
Bonfim (2010, p.174)
Gênero é o que ‘’determina’’ aquilo
que culturalmente seriam as características do ser ‘’masculino’’ e
‘’feminino’’: forma física, anatomia, maneira de se vestir, falar, gesticular,
enfim, as atitudes, comportamentos, valores e interesses de cada gênero (
lembrando que essas características são designadas pela sociedade culturalmente
dominante).
Gênero refere-se ao comportamento
independente do sexo, ou seja, não importa se uma pessoa é do sexo masculino ou
feminino, o gênero está relacionado a forma na qual ele se comporta mediante a
sociedade, sua identidade de gênero está relacionada ao seu comportamento e não
ao sexo biológico.
Assim é a identidade de
gênero refere-se de acordo com Bonfim (2010, P.74):
[...] á forma como alguém se sente, se
identifica, se apresenta, para si
próprio e aos que o rodeiam, bem como, relaciona-se á percepção de si como ser
‘’masculino’’ ou ‘’feminino’’, ou ambos, independente do sexo biológico ou de
sua orientação sexual, ou seja, da sua maneira subjetiva de ser masculino ou
feminino, de acordo com comportamentos ou papéis socialmente estabelecidos.
O feminismo movimento
social, filosófico e político teve
grande importância pois conceituou que
não nascemos homens ou mulheres nos tornamos no decorrer de nossas
vidas. O feminismo possuía como meta
lutar por direitos equânimes e por uma vivencia sem padrões pré-definidos
pela sociedade.
Muitos ainda na sociedade
atual relacionam gênero ao sexo, podemos encontra educadores devido à falta de
informações que separam seus alunos na realização de atividades, desenvolvendo
atividades diferenciadas para meninas e meninos considerando meninos mais
capacitados para realizar um tipo de atividade consideradas inadequadas para
meninas e vice versa. Se uma menina tira nota inferior a de um menino na
disciplina de matemática considera-se “normal”, pois meninos possuem maior
facilidade em lidar com exatas e as meninas com matérias da área de humanas. De
acordo com Walderkine (1995) apud Vianna (1997, 127) ‘’[...] não só a ciência
reproduz estereótipos sobre as dificuldades de garotas quanto ao raciocínio,
mas também a escola e seus professores e professoras justificam esse tipo de
argumento.’’ Devido a falta de capacitação de muitos educadores eles
acabam fazendo com que essa errada
definição de gênero continue sendo
passada e mal interpretada pelas novas gerações. Como já havíamos colocado
anteriormente não nascemos qualificados e capacitados a desenvolver uma
atividade pré-definida e sim, somos moldados mediante a sociedade na qual
estamos inseridos.
O sexo biológico não
interfere na qualificação de uma pessoa tanto meninas como meninos possuem a
mesma capacidade para realizar as mesma atividades e alguns professores estão
deixando a desejar nessa questão, pois em vez de integrar os alunos fazendo com
que essa questão de separação por sexo deixe de existir e com isso homens e
mulheres venha a assumir um papel igualitário diante da sociedade dominante.
4
EDUCAÇÃO SEXUAL NA VISÃO DE PAIS E EDUADORES
Atualmente a sexualidade ainda
é vista e vivida pela maioria da sociedade apenas como ato sexual. Quando se
fala em sexualidade logo se pensa que o assunto a se tratar será “sexo”, onde o
mesmo é compreendido socialmente, culturalmente e politicamente como ato
sexual.
Como afirma Bonfim (2010,
p.187) :
A sexualidade não pode ser tratada
apenas como sexo, ela é a totalidade de nossos sentimentos, conhecimentos,
interações, dos relacionamentos que estabelecemos durante nossa vida desde que
nascemos, ela é inerente ao nosso ser. E, em cada época da vida, ela vai se
manifestando física e emocionalmente, despertando a curiosidade de conhecer a
si próprio, de conhecer o outro, de conhecer o mundo. Uma curiosidade natural e
saudável que não dever ser estimulada, mas que jamais pode ser negligenciada.
O sexo, considerando este,
como um conjunto de característica biológicas que nos definem como homem ou
mulher. De acordo com Nunes e Silva da seguinte forma (2000, p.74), “é possível
entender o sexo como a marca biológica, a caracterização genital e natural,
constituída a partir da aquisição evolutiva da espécie humana como animal”. Assim,
se tratando do ambiente escolar a
sexualidade é relacionada a disciplina de ciências biológicas, e dentro desta
compreendida como formas de prevenir Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e
métodos anticoncepcionais. Diante disto Bonfim (2012, online) aponta que:
Por isso, voltamos a dizer que embora
a educação sexual (quando acontece na escola, pois nem sempre ocorre) precisa
superar apenas a dimensão- médica- higienista- biologista que reduz a
sexualidade á prevenção de DST’s, preservativos e anticonceptivos; superamos
também a visão meramente procriativa e anatômica da sexualidade, que acaba por
reduzir á sexualidade ao sexo (macho e fêmea), ás genitálias, como se a
sexualidade fosse apenas isso.
Assim cabe deixar explicito
a importância do docente trabalhar a sexualidade dentro da sala de aula.
Mostrando ao aluno que a mesma pode ser vivida de forma saudável. A educação
sexual no meio escolar serve para informar, orientar e tirar as dúvidas de
crianças e jovens a respeito da temática.
Conforme os Parâmetros
Curriculares Nacionais (1998, p.292), “A satisfação dessas curiosidades contribui
para que o desejo de saber seja impulsionado ao longo da vida, enquanto a
não-satisfação gera ansiedade [...]
Felipe (2001, p. 62)
assinala que o mesmo será trabalhado de acordo com a curiosidade de cada um,
sendo esclarecida de acordo com o
entendimento que já possuem a respeito do tema. Mostrando que quando o assunto
gira em torno de sexo ou sexualidade os pais preferem ocultar o assunto com
seus filhos, devido ao medo de desenvolverem uma sexualidade precoce.
Presume-se assim, que os
pais ainda não se encontram preparados para falar do assunto com seus filhos,
se sentem envergonhados e não sabem que ao se comportarem dessa maneira diante
do assunto pode levar a várias consequências como uma gravidez indesejada e
preconceitos.
A Educação Sexual nos ensina
sobre a anatomia do corpo humano e também sobre a psicologia que se relaciona à
reprodução humana abordando os aspectos do nosso comportamento que estejam
relacionados com o “sexo”. É um assunto que ainda hoje envolve muitos “tabus”.
A educação Sexual é um campo que tem
crescido entre os profissionais de saúde e educação e vem passando por inúmeras
transformações. Mas ainda vemos um grande despreparo dos professores que,
carentes de treinamento e orientação, não se sentem aptos a tal função, além de
ficarem inseguros com o comportamento dos responsáveis (VEIGA, Online, 2011).
Essa citação serve para mostrar que ainda existem muitos
professores que não estão teoricamente e psicologicamente preparados para
tratarem sobre a Educação Sexual na escola e em outros aspectos, falta muito
preparo para esses profissionais.
Como afirma Bonfim (2010) dentro da Educação Sexual,
podem ser abordados diversos temas como: sexo, gravidez, aborto, métodos
contraceptivos e preventivos, doenças sexualmente transmissíveis, mas
especialmente devem ser trabalhos valores éticos e estéticos, autoestima,
desejos sexuais, sentimentos, relacionamentos afetivos.
CONCLUSÕES
PARCIAIS
Através desta pesquisa podemos
pressupor que alguns pais não sabem como educar adequadamente seus filhos, ou
sentem-se inseguros para falar sobre o
tema, fruto de suas própria educação. Os docentes também não estão preparados
para trabalhar o assunto, ou seja, não possuem formação adequada para lidar com
os discentes em relação ao gênero e a sexualidade. Afirmamos isso de acordo com
a literatura encontrada.
Considerando necessário que
esses docentes tenham uma formação seja em seus cursos de graduação, seja na
formação continuada para poder trabalhar o assunto de maneira emancipatória e
positiva, pois sem as informações corretas eles continuaram por repassar esses
conceitos inadequados, já afirmados pela sociedade.
O gênero e a sexualidade são
dois temas que podem ser relacionados com todos as disciplinas além da disciplina
de ciências que é imposta historicamente pela escola, pois como sabemos ambos
são temáticas transversais.
REFERÊNCIAS
Bom dia a todos!!!
ResponderExcluirExcelente artigo, grande temática.
Enfim, as autoras concluem que pais e professores estão despreparados?
O que fazer? tem como capacitar a todos? Até os próprios professores precisam se formarem para capacitar alguém.
Alguma luz???
Eugênia
Prezada Eugênia,
ExcluirPrimeiro grata pela participação em nosso blog. Lamentavelmente pais e docentes ainda não estão preparados para abordar a temática da sexualidade, isso pela própria "educação sexual" que tiveram que muitas vezes ou foi silenciada ou repressiva, e a temática da sexualidade é ampla, complexa e exige no mínimo algum conhecimento dos pais e muito conhecimento por parte dos docentes que devem aprofundar o tema e ampliar o debate com os alunos. Defendemos que os cursos de formação docente insiram em sua matriz curricular disciplinas que ofereçam aos docentes o embasamento teórico e os subsídios práticos para que possam realizar uma educação sexual qualitativa na escola, seja junto aos alunos ou mesmo os pais. O ideal é que as escolar promovam espaços de diálogos com pais e depois com os alunos para orientá-los e esclarecer dúvidas. Indico a leitura de meu livro lançado recentemente pela editora Papirus (2012). DESNUDANDO A EDUCAÇÃO SEXUAL, onde esclareço muitas das questões relacionadas à educação sexual na escola e na família.
No Youtube tenho uma canal basta você inserir Cláudia Bonfim, onde há um post especialmente relacionado a isto. Enfim tenho um blog pessoal também onde abordo todas as questões da educação sexual e sexualidade.
Indico em especial que ouça este áudio post no youtube
http://www.youtube.com/watch?v=nAkhMakfnaE
Abraços,
Profª Dra Cláudia Bonfim - Coordenadora do GEPES PET MEC FDB CAPES