sábado, 25 de abril de 2020

Resenha Petiana Helóisa do artigo "APONTAMENTOS SOBRE OS PRECONCEITOS DE GÊNERO E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO BRASIL"



PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


MULLER, Heloísa Leal de Carvalho
Acadêmica do curso de Psicologia
Bolsista membro do grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Sexualidade
(GEPES PET MEC FDB)

Coordenadora Prof. Dra. Cláudia Bonfim
Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco
heloisalmuller@gmail.com


BONFIM, C. APONTAMENTOS SOBRE OS PRECONCEITOS DE GÊNERO E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO BRASIL. Revista Espaço acadêmico, 16 (183), 26-38. Disponível em: www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/32953

A autora pós-doutora em Educação na área de História e Filosofia, Cláudia Bonfim é Licenciada em biologia pela Faficop/Uenp, onde também se especializou em Metodologia Didática do Ensino e realizou seu Mestrado em Educação, é também Doutora em Educação pela Unicamp, na área de História, Filosofia e Educação. Atua como coordenadora geral na Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco na cidade de Cornélio Procópio, onde coordena o Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Sexualidade (GEPES PET MEC FDB).

Este artigo contém 13 páginas, e é dividido em cinco tópicos, no qual a autora vislumbra de maneira clara e concisa a igualdade de gênero e a relevância de uma educação familiar como base para construção de um sujeito sem preconceito de gênero. Cláudia utiliza Lei Maria da Penha e a autores como: Scott, Therborn, Drumont, Werebe, entre outros.

No primeiro item, a introdução, relata-se a questão acerca da desigualdade de gênero e a contempla com um enfoque sócio histórico. De acordo com ela, o condicionamento imposto pela sociedade patriarcal machista sobre as mulheres, a reprimiu, a fez submissa, uma vez que seu papel social consistia em ser “dona de casa”, devendo se dedicar exclusivamente à família e afazeres domésticos. E, embora alguns pensamentos e direitos tenham sido conquistados com o tempo, especialmente graças ao movimento feminista, muitas mulheres ainda não têm verdadeiro acesso ou são amparadas por eles, vez que são assediadas e violentadas das mais diversas maneiras e se calam frente as agressões. Nesse sentido, a educação familiar apresenta-se como base para comportamentos adquiridos em primeira instancia, já que os pais são referência para os filhos e, portanto, podem potencializar o cenário histórico de desigualdades, como o preconceito de gênero.
No próximo item, esclarecimento, Bonfim define que o gênero se constitui das relações sociais, se define historicamente e hegemonicamente, no qual alguns papéis são definidos de forma estereotipada e preconceituosa, consolidando a desigualdade de gênero, afirmando ser cada vez mais relevante ter-se um diálogo crítico sobre essa inferiorização e opressão cultural da mulher pautada na educação dual, sexista e machista.
Nos esclarecimentos legais, o terceiro item, tem-se questões referentes ao amparo feminino legal brasileiro, destaca-se as duas legislações, a Lei “Maria da Penha” e Lei n 11.340/2006, visando a defender as mulheres violentadas. Assim, tipificando os atos criminosos, conscientiza-se as mulheres, para que possam identificar as agressões, bem como aos homens que, por conta de uma educação equivocada, possam reconhecer suas atitudes como invasivas e agressoras.
O item quatro, é destacada a Lei n 13,104 de 2015 que tipifica o feminicídio como crime contra a mulher, pautado na condição de gênero, sendo, pois, um avanço no que se refere à violência contra a mulher.
Aborda-se, ainda, os motivos pelos quais as mulheres se calam frente às agressões, sendo uma das causas os pseudo valores morais internalizados, arraigados pela família, pela religião e pela sociedade em geral, o que aflige seu psicológico, desembocando no silenciamento, na vitimização ou no acovardamento. Juntando isso à falta de um atendimento especializado e humano impedindo a denúncia das agressões sofridas. Esses fatores acrescidos da falta de um acompanhamento psicológico e a mora processual pode culminar na repetição da violência. Destarte, observa-se que apenas as leis não suprem a latente necessidade de mudança de atitude tanto dos agressores quanto das vítimas. É necessária uma educação efetiva que modifique a consciência individual e social das pessoas.
No quinto item, Bonfim afirma que, a ideia de fragilidade e sensibilidade feminina e a visão de homem forte que reprime seus sentimentos desemboca numa série de transtornos psicológicos. Essa visão da sexualidade é fortemente influenciada pela família, assim, o que também perpetua comportamentos agressivos é a frequência de brigas, discussões e agressões feitas pelos pais na frente de seus filhos, que mesmo inconscientemente, influenciará na maneira com que eles se relacionarão com seus futuros parceiros, portanto, a referência de carinho deve dar de ambas as partes (pai e mãe) e entre eles também, para que a subjetividade dos filhos não seja enrijecida. Dessa maneira quebra-se o tabu citado e igualiza os gêneros no que se refere aos sentimentos como amor e dor, humanizando-os. Ainda nesse item, evidencia-se que a violência contra a mulher também diz respeito a questão da divisão de classes, aquelas que possuem menores condições econômicas são mais afetadas, pois a falta de estudo e condições para se manter, faz com que ela se sujeita à violência, para que possa dar o que comer aos filhos.

Nas considerações finais, sintetiza-se os itens, com olhar voltado a opressão sofrida pela mulher, que tem raízes profundas e consolidadas pela sociedade machista, formando pessoas com uma subjetividade destrutiva. Enfatiza-se, ainda mais a relevância da família na questão de gênero, uma vez os pais, sendo referência, determinam e formam identidade dos filhos e também a importância da escola na desconstrução de preconceitos e papeis de gêneros, através da formação de uma consciência crítica, que pode mudar a mentalidade das pessoas, tornando homens e mulheres independentes e com relações pautadas no respeito, no amor e na liberdade.

A autora utiliza-se do método de abordagem qualitativa de caráter histórico-bibliográfico.

Este artigo pode ser indicado para todas as pessoas que desejam ampliar seus conhecimentos sobre sexualidade.
  



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