DESMISTIFICANDO A SEXUALIDADE
Bianca Vitória Silva
Albonetti
Acadêmica no curso de Psicologia
Bolsista e membro do grupo de estudos e pesquisas em
educação sexual
(GEPES PET MEC FDB)
Coordenadora: Prof.ª. Dra. Cláudia Ramos de
Souza Bonfim
Agência Financiadora:
PET MEC FNDE
BONFIM, Cláudia. DESNUDANDO A EDUCAÇÃO SEXUAL. Campinas, SP: Papirus, 2012. 144 p.
A
autora do livro Cláudia Bonfim é Licenciada em Biologia e em
Pedagogia, se especializou em Metodologia e Didática do Ensino e realizou seu
Mestrado em Educação. Pós-Doutora em
Educação pela Unicamp, onde também realizou seu doutorado na área de História,
Filosofia e Educação. Professora na Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco em
Cornélio Procópio PR, coordenadora do curso de Pedagogia e também do grupo de
estudos e pesquisa em educação e sexualidade. Escritora do livro Educação
Sexual e Formação de Professores.
Este livro contém 144
páginas, dividido em três capítulos, onde a autora tem o intuito de nos mostrar
claramente o que é a sexualidade, como devemos agir com tal assunto perante a
sociedade, desvendando os estigmas impostos pelos indivíduos de nosso meio.
Esclarecendo que o tema não deveria ser algo negativo, mas sim mostrar a grande
importância da educação sexual na escola, em ambiente familiar e em todo nosso
convívio abrangendo crianças, adolescentes e adultos. Utilizando referências
como Freire, Freud, Galeano e Nunes.
Em seu primeiro capitulo,
tem o objetivo de trazer aos leitores reflexões com papel de contribuir para o
crescimento e evolução de sociedade. A autora tenta desmistificar que a
sexualidade vista no século XIX é contrária do que vem sendo trabalhado
atualmente, que existe uma grande diferença entre o que realmente é o ato
sexual e o que difere da sexualidade, mostrando que os desejos não são
necessariamente realizados na relação, mas sim desde a infância onde as
crianças tentam suprir seus desejos desde o nascimento e no crescer de seu
desenvolvimento, quebrando esse tabu, que vem sendo trazido de décadas atrás.
No segundo capítulo salienta
a importância do longo processo tentando romper os padrões já criados. Coloca
em pauta a questão de a escola não apoiar os diferentes gêneros que encontramos
em nosso meio, cita também o autor Freire que comenta sobre a “educação
bancária” (considerado a escola um depósito de crianças), onde as mesmas não
compreendem que o ser humano tem seus próprios desejos, não aceitando que os
indivíduos se expressem como um todo, mais sim que saibam obedecer o que foi
imposto. Em vista disso, é preciso nos conhecer, nosso corpo, nossos desejos,
podendo exteriorizar o que sentimos sem que haja julgamentos.
Lendo tal capitulo me fez
refletir e lembrar do livro “Minha criança Trans?” de Thamirys Nunes, onde uma
mãe relata o quão difícil foi inserir sua filha transexual no meio
escolar. A partir disso vemos o quão
necessário é que tenhamos um trabalho multidisciplinar em escolas para que não
ocorra discriminação entre pessoas, que as mesmas tenham o conhecimento sobre a
sexualidade e como ela surge seja em crianças ou adultos, mostrando que não à
idade para se expressar que o prazer não surge apenas no ato sexual, mas
mostrar que muito do que fazemos tem o prazer envolvido.
Finalizando no último
capitulo a autora coloca a questão como a sexualidade é vista no dia a dia, que
o diálogo pode proporcionar grandes mudanças a todos, família, escola e amigos.
Devemos portanto deixar de lado os estigmas criados por nosso antepassados, a
visão limitada de não poder evoluir ou ter conhecimentos rasos e não entender
que a sexualidade não se rende apenas a sexo, as crenças de que não podemos
mudar ainda é muito comum em nosso meio, porém a mudança é genuína e nos torna
pessoas melhores.
O intuito desse livro é
colocar a sexualidade como um tema comum a ser discutido publicamente, uma
quebra de preconceitos, mostrar que tal assunto é de suma importância, nos
fazendo sempre rever os conceitos nos quais acreditamos.
Deixando claro que a
temática do livro apresenta o tema de maneira cativante e reflexiva. Com um
método qualitativo experiências vivenciadas pela autora.
Podemos designar essa obra
para estudantes ou docentes para que possa contribuir em sua formação pessoal e
profissional, visto que ainda é muito rejeitado pela sociedade, será capaz de
auxiliar pais e familiares a lidarem com a sexualidade e compreender que é algo
comum no meio social e não gerar sentimento de negação, mas sim de acolhimento
e clareza sobre tais questões.