LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós-estruturalista - Petrópolis, RJ, Vozes, 1997. p. 14-36.
Na reunião online deste sábado o PET Gepes trouxe ao debate o Capítulo I: A Emergência do Gênero.
A foto tiramos ao final onde alguns alunos haviam já caído da conexão da reunião, mas fica o registro.
Fichamento elaborado pelo conjunto dos petianos e petianas
Na reunião online deste sábado o PET Gepes trouxe ao debate o Capítulo I: A Emergência do Gênero.
A foto tiramos ao final onde alguns alunos haviam já caído da conexão da reunião, mas fica o registro.
Fichamento elaborado pelo conjunto dos petianos e petianas
FICHAMENTO
LOURO, G. L. Gênero,
sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. 6.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. p.14-36.
Cap. I A emergência
do Gênero.
|
“Ações isoladas ou
coletivas, dirigidas contra a opressão das mulheres, podem ser observadas em
muitos e diversos momentos da História e, mais recentemente, algumas
publicações, filmes etc. vêm se preocupando em reconhecer essas ações. No
entanto, quando se pretende referir ao feminismo como um movimento social
organizado, esse é usualmente remetido, no Ocidente, ao século XIX”. (p. 14)
“Na virada do
século, as manifestações contra a discriminação feminina adquiriram uma
visibilidade e uma expressividade maior no chamado "sufragismo", ou
seja, no movimento voltado para estender o direito do voto às mulheres”.
(p.15)
“Com uma amplitude
inusitada, alastrando-se por vários países ocidentais (ainda que com força e
resultados desiguais), o sufragismo passou a ser reconhecido, posteriormente,
como a "primeira onda" do feminismo”. (p.15)
“Será no
desdobramento da assim denominada “segunda onda" — aquela que se inicia
no final da década de 1960 — que o feminismo, além das preocupações
sociais e
políticas, irá se voltar para as construções propriamente teóricas”. (p.15)
“Já se tornou lugar
comum referir-se ao ano de 1968 como um marco da rebeldia e da contestação. A
referência é útil para assinalar, de uma forma muito concreta, a manifestação
coletiva da insatisfação e do protesto que já vinham sendo gestados há algum
tempo”. (p.15)
“Tornar
visível aquela que fora ocultada foi o grande objetivo das estudiosas
feministas desses primeiros tempos. A segregação social e política a que as
mulheresforam historicamente conduzidas tivera como conseqüência a sua ampla
invisibilidade como sujeito —inclusive como sujeito da Ciência.” (p. 17)
“É preciso notar
que essa invisibilidade, produzida a partir de múltiplos discursos que
caracterizaram a esfera do privado, o mundo doméstico, como o
"verdadeiro" universo da mulher, já vinha sendo gradativamente
rompida, por algumas mulheres”. (´p.17)
"[...]
desde há muito tempo, as mulheres das classes trabalhadoras e camponesas
exerciam atividades fora do lar [...] Suas atividades, no entanto, eram quase
sempre (como são ainda hoje, em boa parte) rigidamente controladas e
dirigidas por homens e geralmente representadas como secundárias, "de
apoio", de assessoria ou auxílio, muitas vezes ligadas à assistência, ao
cuidado ou à educação." (p.17)
“A segregação social e política que a que as
mulheres foram historicamente conduzidas tivera como consequência a sua ampla
invisibilidade como sujeito – inclusive como sujeito da Ciência”. (p.17)
“[...] os estudos iniciais se constituem,
muitas vezes, em descrições das condições de vida e de trabalho das mulheres
em diferentes instâncias e espaços. Estudos das áreas da Antropologia,
Sociologia, Educação, Literatura, etc. apontam ou comentam as desigualdades
sociais, políticas, econômicas, jurídicas, denunciando a opressão e
submetimento feminino.” (p.17-18)
“Seria, no entanto, um engano deixar de
reconhecer a importância desses primeiros estudos. [...] levantaram
informações, construíram estatísticas, apontaram lacunas em registros
oficiais, vieses nos livros escolares, deram voz àquelas que eram silenciosas
e silenciadas, focalizaram áreas, temas e problemas que não habitavam o
espaço acadêmico, falaram do cotidiano, da família, da sexualidade, do
doméstico, dos sentimentos. [...]. Eles, decididamente, não eram neutros. ”
(p.18-19)
"Há uma
disposição para que pesquisadoras mulheres se ocupem em discutir ou construir
uma História, uma Literatura, ou uma Psicologia da mulher — de algum modo
perturbando pouco a noção de um universo feminino separado." (p. 18)
“Estudos das áreas da Antropologia,
Sociologia, Educação, Literatura etc. apontam ou comentam as desigualdades
sociais, políticas, econômicas, jurídicas, denunciando a opressão e
submetimento feminino, criticam e, algumas vezes, celebram as
"características" tidas como femininas”. (p.18)
[...] “a
"integração do universo feminino ao conjunto social" até pretensões
mais ambiciosas de "subversão dos paradigmas teóricos vigentes",
enfrentam muitas dificuldades para se impor”.(p. 18)
"Pesquisadoras escreviam na primeira pessoa. Assumia-se, com
ousadia, que as questões eram interessadas, que elas tinham origem numa
trajetória histórica específica que construiu o lugar social das mulheres e
que o estudo de tais questões tinha (e tem) pretensões de mudança" (p.
19)
"Fizeram mais,
ainda: levantaram informações, construíram estatísticas, apontaram lacunas em
registros oficiais, vieses nos livros escolares, deram voz àquelas que eram
silenciosas e silenciadas, focalizaram áreas, temas e problemas que não
habitavam o espaço acadêmico, falaram do cotidiano, da família, da
sexualidade, do doméstico, dos sentimentos." (p. 19)
“Numa outra
posição, estarão aqueles/as que justificam as desigualdades sociais entre
homens e mulheres, rementendo-as, geralmente, às características biológicas.
O argumento de que homens e mulheres são biologicamente distintos e que a
relação entre ambos decorre dessa distinção, que é complementar e na qual
cada um deve desempenhar um papel determinado secularmente [...]” p. 20
“Estudos sobre as
vidas femininas- formas de trabalho, corpo, prazer, afetos, escolarização,
oportunidades de expressão e de manifestação artística, profissional e
política, modos de inserção na economia e no campo jurídico – aos poucos vão
exigir mais do que descrições minuciosas e passarão a ensaiar explicações.”
(pag.20)
"[...] argumento
de que homens e mulheres são biologicamente distintos e que a relação entre
ambos decorre dessa distinção, que é complementar e na qual cada um deve
desempenhar um papel determinado secularmente, acaba por ter o caráter de
argumento final, irrecorrível" (p. 19 - 20)
“Se para algumas as
teorizações marxistas representarão uma referência fundamental, para outras
as perspectivas construídas a partir da Psicanálise poderão parecer mais
produtivas. Haverá também aquelas que afirmarão a impossibilidade de ancorar
tais análises em quadros teóricos montados sobre uma lógica androcêntrica e
que buscarão produzir explicações e teorias propriamente feministas,
originando o “feminismo radical”. Em cada uma dessas filiações teóricas
usualmente se reconhece um móvel ou causa central para a opressão feminina e,
em decorrência, se constrói uma argumentação que supõe a destruição dessa
causa central como o caminho lógico para a emancipação das mulheres. ” (p.20)
“Seja no âmbito do
senso comum, seja revestido por uma linguagem “científica”, a distinção
biológica, ou melhor, a distinção sexual, serve para compreender – e
justificar - a desigualdade social. ” (p.21)
“Para que se
compreenda o lugar e as relações de homens e mulheres numa sociedade importa
observar não exatamente seus sexos, mas sim tudo que socialmente se construiu
sobre os sexos. ” (p.21)
“ E através das
feministas anglo-saxãs que gender passa a ser usado como distintivo de sex.
Visando “rejeitar um determinismo biológico implícito no uso de termos como
sexo ou diferença sexual” [...]” (p.21,)
“Ao dirigir o foco
para o caráter "fundamentalmente social", não há, contudo, a
pretensão de negar que o gênero se constitui com ou sobre corpos sexuados, ou
seja, não é negada a biologia, mas enfatizada, deliberadamente, a construção
social e histórica produzida sobre as características biológicas” . (p. 21)
"É necessário
demonstrar que não são propriamente as características sexuais, mas é a forma
como essas características são representadas ou valorizadas, aquilo que se
diz ou se pensa sobre elas que vai constituir, efetivamente, o que é feminino
ou masculino em uma dada sociedade e em um dado momento histórico." (p.
21)
"Busca-se,
intencionalmente, contextualizar o que se afirma ou se supõe sobre os
gêneros, tentando evitar as afirmações generalizadas a respeito da
"Mulher" ou do "Homem"." (p. 22)
“O conceito
pretende se referir ao modo como as características sexuais são compreendidas
e representadas ou, então, como são "trazidas para a prática social e
tornadas parte do processo histórico". (p. 22)
“As justificativas para as desigualdades
precisariam ser buscadas não nas diferenças biológicas (se é que mesmo essas
podem ser compreendidas fora de sua constituição social), mas sim nos
arranjos sociais, na história, nas condições de acesso aos recursos da
sociedade, nas formas de representação”. (p.22)
“não é negada a
biologia, mas enfatizada, deliberadamente, a construção social e histórica
produzida sobre as características biológicas.” (p. 22)
“Na medida em que o
conceito afirma o caráter social do feminino e do masculino, obriga
aquelas/es que o empregam a levar em consideração as distintas sociedades e
os distintos momentos históricos de que estão tratando.” (p. 23)
“[...] as
concepções de gênero diferem não apenas entre as sociedades ou os momentos
históricos, mas no interior de uma dada sociedade, ao se considerar os
diversos grupos (étnicos, religiosos, raciais, de classe) que a constituem” .
(p. 23)
“Assim, no Brasil,
será já no final dos anos 80 que, a princípio timidamente, depois mais
amplamente, feministas passarão a utilizar o termo "gênero". (p.23)
"Através do aprendizado de papéis, cada um/a deveria conhecer o
que é considerado adequado (e inadequado) para um homem ou para uma mulher
numa determinada sociedade, e responder a essas expectativas." (p. 24)
“A característica fundamental social e relacional do conceito não deve,
no entanto, levar a pensa-lo como se referindo à construção de papéis
masculinos e femininos. Papéis seriam, basicamente, padrões ou regras
arbitrárias que uma sociedade estabelece para seus membros e que definem seus
comportamentos, suas roupas, seus modos de se relacionar ou de se portar...”
(p.24, grifo da autora)
"Busca-se
compreender que a justiça, a igreja, as práticas educativas ou de governo, a
política, etc. são atravessadas pelos gêneros: essas instâncias, práticas ou
espaços sociais são "generificados" — produzem-se, ou
"engendram-se", a partir das relações de gênero (mas não apenas a
partir dessas relações, e sim, também, das relações de classe, étnicas,
etc.)" (p. 25)
"É importante que
notemos que grande parte dos discursos sobre gênero de algum modo incluem ou
englobam as questões de sexualidade." (p. 25)
“A pretensão é,
então, entender o gênero como constituinte da identidade dos sujeitos. E aqui
nos vemos frente a outro conceito complexo, que pode ser formulado a partir
de diferentes perspectivas: o conceito de identidade. Numa aproximação às
formulações mais críticas dos Estudos Feministas e dos Estudos Culturais,
compreendemos os sujeitos como tendo identidades plurais, múltiplas;
identidades que se transformam, que não são fixas ou permanentes, que podem,
até mesmo, ser contraditórias. (p. 25)
“Ao afirmar que o
gênero institui a identidade do sujeito (assim como a etnia, a classe, ou a
nacionalidade, por exemplo) pretende-se referir, portanto, a algo que
transcende o mero desempenho de papéis, a idéia (sic) é perceber o gênero
fazendo parte do sujeito, constituindo-o. ” (p.25)
"[...] Se
Foucault foi capaz de traçar uma História da Sexualidade (1988), isso
aconteceu pelo fato de compreendê-la como uma "invenção social", ou
seja, por entender que ela se constitui a partir de múltiplos discursos sobre
o sexo: discursos que regulam, que normalizam, que instauram saberes, que
produzem "verdades"." (p. 26)
"Suas
identidades sexuais se constituiriam, pois, através das formas como vivem sua
sexualidade, com parceiros/as do mesmo sexo, do sexo oposto, de ambos os
sexos ou sem parceiros/as. Por outro lado, os sujeitos também se identificam,
social e historicamente, como masculinos ou femininos e assim constroem suas
identidades de gênero." (p. 26)
“Por outro lado, os
sujeitos também se identificam, social e historicamente, como masculinos ou
femininos e assim constroem suas identidades de gênero”. (p.26)
“Sujeitos masculinos
ou femininos podem ser heterossexuais, homossexuais, bissexuais (e, ao mesmo
tempo, eles também podem ser negros, brancos, ou índios, ricos ou pobres
etc). O que importa aqui considerar é que — tanto na dinâmica do gênero como
na dinâmica da sexualidade — as identidades são sempre construídas, elas não
são dadas ou acabadas num determinado momento”. (p.27)
“As identidades
estão sempre se constituindo, elas são instáveis e, portanto, passíveis de
transformação”. (p. 27)
"[...] as identidades
são sempre construídas, elas não são dadas ou acabadas num determinado
momento. [...] As identidades estão sempre se constituindo, elas são
instáveis e, portanto, passíveis de transformação." (p.27)
“Nenhuma identidade
sexual — mesmo a mais normativa — é automática, autêntica, facilmente
assumida; nenhuma identidade sexual existe sem negociação ou construção. Não
existe, de um lado, uma identidade heterossexual lá fora, pronta, acabada,
esperando para ser assumida e, de outro, uma identidade homossexual instável,
que deve se virar sozinha. Em vez disso, toda identidade sexual é um
constructo instável, mutável e volátil, uma relação social contraditória e
não finalizada” ( BRITZMAN (1996, p.74 apud LOURO, p. 27)
“[...] tanto na
dinâmica do gênero como na dinâmica da sexualidade – as identidades são
sempre construídas, elas não são dadas ou acabadas num determinado momento. ”
(p.27, grifo da autora)
“É possível pensar
as identidades de gênero de modo semelhante: elas também estão continuamente
se construindo e se transformando. Em suas relações sociais, atravessadas por
diferentes discursos, símbolos, representações e práticas, os sujeitos vão se
construindo como masculinos ou femininos, arranjando e desarranjando seus
lugares sociais, suas disposições, suas formas de ser e de estar no mundo”.
(p.28)
"Judith afirma
que é "crucial manter um aparato teórico que leve em consideração o modo
como a sexualidade é regulada através do policiamento e da censura do
gênero." (p. 29)
"Entre as
estudiosas mais conhecidas nesse campo está Joan Scott, historiadora
norte-americana que escreve, em 1986, um artigo instigante: Gender: a useful
category of historical analysis [...]. No entanto, as implicações teóricas da
abordagem de Scott talvez tenham sido, muitas vezes, observadas um tanto
superficialmente, já que seu estudo serve de suporte a trabalhos marcados
pelas mais diversas perspectivas (Louro, 1995a). [...] Por tudo isso é
possível compreender que as idéias (sic) que ela propõe tenham sido férteis
e, ao mesmo tempo, perturbadoras." (p. 30)
"Desconstruir
a polaridade rígida dos gêneros, então, significaria problematizar tanto a
oposição entre eles quanto a unidade interna de cada um. Implicaria observar
que o pólo masculino contém o feminino (de modo desviado, postergado,
reprimido) e vice-versa." (p.31)
“Um ponto
importante em sua argumentação é a idéia (sic) de que é preciso desconstruir
o “caráter permanente da oposição binária” masculino-feminino. Em outras
palavras: Joan Scott observa que é constante nas análises e na compreensão
das sociedades um pensamento dicotômico e polarizado sobre os gêneros;
usualmente se concebem homem e mulher como pólos (sic) opostos que se
relacionam dentro de uma lógica invariável de dominação-submissão. Para ela
seria indispensável implodir essa lógica. ”
(p.30-31)
“A proposição de
desconstrução das dicotomias – problematizando a constituição de cada pólo,
demonstrando que cada uma na verdade supõe e contém o outro, evidenciando que
cada pólo (sic) não é uno, mas plural, mostrando que cada pólo (sic) é,
inteiramente, fraturado e dividido – pode se constituir numa estratégia
subversiva e fértil para o pensamento. ” (p.31, grifo da autora)
“A desconstrução
trabalha contra essa lógica, faz perceber que a oposição é construída e não
inerente e fixa. A desconstrução sugere que se busquem os processos e as
condições que estabeleceram os termos da polaridade. Supõe que se historicize
a polaridade e a hierarquia nela implícita”. (p.32)
"Uma lógica
que parece apontar para um lugar "natural" e fixo para cada gênero.
A desconstrução trabalha contra essa lógica, faz perceber que a oposição é
construída e não inerente e fixa. A desconstrução sugere que se busquem os
processos e as condições que estabeleceram os termos da polaridade. Supõe que
se historicize a polaridade e a hierarquia nela implícita." (p. 32)
“Uma das
conseqüências mais significativas da desconstrução dessa oposição binária
reside na possibilidade que abre para que se compreendam e incluam as
diferentes formas de masculinidade e feminilidade que se constituem
socialmente.” (p. 33)
"Há pouco avanço,
segundo Teresa, em se dizer que a diferença sexual é cultural; o problema que
permanece é o de conceber as diferenças (sejam elas consideradas culturais,
sociais, subjetivas)." (p. 33)
“O processo
desconstrutivo permite perturbar essa idéia (sic) de relação de via única e
observar que o poder se exerce em várias direções. [...]. Os sujeitos que
constituem a dicotomia não são, de fato, apenas homens e mulheres, mas homens
e mulheres, mas homens e mulheres de várias classes, raças, religiões,
idades, etc. e suas solidariedades e antagonismos podem provocar os arranjos
mais diversos, perturbando a noção simplista e reduzida de “homens dominante
versus mulher dominada. ” (p.33)
"Os sujeitos que
constituem a dicotomia não são, de fato, apenas homens e mulheres, mas homens
e mulheres de várias classes, raças, religiões, idades, etc. [...]. Por outro
lado, não custa reafirmar que os grupos dominados são, muitas vezes, capazes
de fazer dos espaços e das instâncias de opressão, lugares de resistência e
de exercício de poder." (p. 33)
“homem
dominante versus mulher dominada”. (p. 33)
"Mulheres e
homens, que vivem feminilidades e masculinidades de formas diversas das
hegemônicas e que, portanto, muitas vezes não são representados/as ou
reconhecidos/as como "verdadeiras/verdadeiros" mulheres e homens,
fazem críticas a esta estrita e estreita concepção binária." (p. 34)
“Uma das consequências
mais significativas da desconstrução dessa oposição binária reside na
possibilidade que abre para que se compreendam e incluam as diferentes formas
de masculinidade e feminilidade que se constituem socialmente. ” (p.34)
“Vale notar que as
críticas a tal concepção são também feitas por outras feministas que percebem
o conceito como extremamente marcado por sua origem acadêmica, branca, de
classe média”. (p.34)
“Romper a dicotomia
poderá abalar o enraizado caráter heterossexual que estaria, na visão de
muitos/as, presente no conceito "gênero". (p. 34)
“[...] identidades
de gênero estão continuamente se transformando. Sendo assim, é indispensável
admitir que até mesmo as teorias e as práticas feministas — com suas críticas
aos discursos sobre gênero e suas propostas de desconstrução — estão
construindo gênero”. (p. 35)
“Ao aceitarmos que
a construção de gênero é histórica e se faz incessantemente, estamos
entendendo que as relações entre homens e mulheres, os discursos e as
representações dessas relações estão em constante mudança.” (p.35
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário