SEXUALIDADE E SEUS
DIZERES NA EDUCAÇÃO
TEODORO, Janaína
Acadêmica do Curso de Direito
Bolsista membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade (GEPES PET MEC FDB)
Coordenadora: Prof.ªDra. Cláudia Bonfim
Acadêmica do Curso de Direito
Bolsista membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade (GEPES PET MEC FDB)
Coordenadora: Prof.ªDra. Cláudia Bonfim
BONFIM, C. EDUCAÇÃO
SEXUAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: da educação sexual que temos à
educação que queremos. João Pessoa: Editora Universitária Da UFPB, 2010.
A autora é pós-doutora e doutora em Educação na área de História e
Filosofia pela Unicamp, Cláudia Bonfim é Licenciada em Biologia pela
Faficop/Uenp, onde também se especializou em Metodologia e Didática do Ensino e
cursou o Mestrado em Educação. Tem também título de especialista em Educação Sexual
pela Abrades. Atua como professora universitária na Faculdade de Ensino
Superior Dom Bosco na cidade de Cornélio Procópio, onde coordena o Grupo de
Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade (GEPES PET MEC FDB). Foi
vice-presidente da Associação brasileira para a Educação sexual e autora do
livro Educação Sexual e Formação de Professores: Da Educação que temos a
Educação que queremos e deste livro que estamos resenhando, e tem mais dois livros
individuais publicados: “Desnudando a Educação Sexual” e “A condição histórica
da mulher: contribuição da perspectiva histórico-crítica na promoção da
educação sexual emancipatória”, entre outras obras coletivas e artigos publicados.
A obra consta 262 páginas e esta divido em três
capítulos, onde a autora nos esclarece sobre sexualidade e orientam professores,
pais e alunos que o referido tema é um assunto a ser tratado com naturalidade e
clareza e assim quebrar as barreiras do preconceito ou vergonha. Bonfim tem por
base autores como Foucault, Marcuse, Marx, Freud, Reich, entre outros.
O livro decorre de pesquisa bibliográfica e das experiências da mesma
como educadora. As referências que Bonfim cita em seu livro são várias, porém
as que mais se destacam são as de Nunes, Foucault, Guimarães, Galeano,
Silva, Louro, Moreno.
No
primeiro capítulo, Bonfim busca esclarecer o contexto histórico, político e
teórico da sexualidade no âmbito de ensino, também neste capitulo a autora traz
a baila grandes autores com seus estudos sobre a sexualidade, formação,
tradição e principalmente a religião; a igreja com seus dogmas entendiam que
sentir prazer ou algo parecido era considerado um ato pecaminoso e fora de
contexto. Em um primeiro momento, percebe-se que, tais estudos eram apenas para
entender a sexualidade e compreender a biologia do sexo, ou seja, a
funcionalidade dos órgãos.
Após
esta fase, foram desenvolvidos estudos nas relações conjugais, pois o sexo com
prazer estava presente na vida das pessoas e ter relação sexual deixou de ser
apenas para procriação e sim para a satisfação dos desejos.
No
segundo capitulo, a autora busca analisar as relações entre a organização do
sistema de Ensino Superior, políticas de formação de docentes com a questão
educação sexual. Com a reforma pombalina da educação, onde o sistema jesuítico
passou a ser conduzida pelo estado, na década de 1960 foi implantada nas
escolas a educação sexual, na qual crianças a partir dos onze anos já tinham
acesso sobre a parte biológica e reprodução humana.
Com
a aplicação do conteúdo sobre reprodução humana, naturalmente despertou entre
os alunos a curiosidade sobre a sexualidade, alguns professores se aprofundaram
no assunto e em contra partida houve suspensão dos mesmos e até expulsão de
alguns alunos. Por tempos, a sexualidade era reprimida, vista com maus olhos,
pois se tratavam de um sistema biológico com fim de reprodução humana e em
conseqüência muitas doenças chegaram e juntamente com elas a AIDS, no Brasil, a
educação sexual passou a ser discutidas nas escolas como método preventivo; com
o passar dos anos esse tabu foi sendo quebrada, a educação sexual foi sendo
inserida nas escolas e faculdades de uma forma menos conservadora e de natureza
esclarecedora.
No
terceiro capitulo, a autora busca abordar a questão educação sexual dentro da
formação de docentes na disciplina de Ciências Biológicas; também percebemos
que a sexualidade tem grande relevância na vida dos indivíduos e que não pode
ser tratada somente com cunho biológico de reprodução, pois cada ser busca
dentro de si o real prazer, a liberdade de viver suas mais intimas emoções. É
de suma importância esclarecer que a sexualidade deve ser trabalhada de
maneiras diferentes em cada fase de nossas vidas, nas escolas tem que ter certo
cuidado ao abordarem sobre o assunto e ao mesmo tempo agir com naturalidade,
porque criança aprende através de gestos e ações. Por fim a autora quer nos
mostrar que a sexualidade é algo natural e não somente o sexo biológico entre
homem e mulher para reprodução. Com os avanços da tecnologia, descobertas e
também da humanidade a questão sobre sexualidade, liberdade sexual e
conhecimento intimo se tornará um assunto agradável e natural, ou seja, deixará
de ser visto com certos receios ou preconceitos.
Esta
Obra é indicada para pais, acadêmicos nas diversas áreas, linguagem simples; não
recomendo para menores de dezesseis anos.
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