quarta-feira, 22 de abril de 2020

Resenha elaborada pela Petiana Janaína do Livro "Educação Sexual e Formação de Professores: Da Educação Sexual que temos à Educação que queremos"


SEXUALIDADE E SEUS DIZERES NA EDUCAÇÃO

TEODORO, Janaína
Acadêmica do Curso de Direito
Bolsista membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade (GEPES PET MEC FDB)

Coordenadora: Prof.ªDra. Cláudia Bonfim




BONFIM, C. EDUCAÇÃO SEXUAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: da educação sexual que temos à educação que queremos. João Pessoa: Editora Universitária Da UFPB, 2010.
A autora é pós-doutora e doutora em Educação na área de História e Filosofia pela Unicamp, Cláudia Bonfim é Licenciada em Biologia pela Faficop/Uenp, onde também se especializou em Metodologia e Didática do Ensino e cursou o Mestrado em Educação. Tem também título de especialista em Educação Sexual pela Abrades. Atua como professora universitária na Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco na cidade de Cornélio Procópio, onde coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade (GEPES PET MEC FDB). Foi vice-presidente da Associação brasileira para a Educação sexual e autora do livro Educação Sexual e Formação de Professores: Da Educação que temos a Educação que queremos e deste livro que estamos resenhando, e tem mais dois livros individuais publicados: “Desnudando a Educação Sexual” e “A condição histórica da mulher: contribuição da perspectiva histórico-crítica na promoção da educação sexual emancipatória”, entre outras obras coletivas e artigos publicados.
A obra consta 262 páginas e esta divido em três capítulos, onde a autora nos esclarece sobre sexualidade e orientam professores, pais e alunos que o referido tema é um assunto a ser tratado com naturalidade e clareza e assim quebrar as barreiras do preconceito ou vergonha. Bonfim tem por base autores como Foucault, Marcuse, Marx, Freud, Reich, entre outros.
O livro decorre de pesquisa bibliográfica e das experiências da mesma como educadora. As referências que Bonfim cita em seu livro são várias, porém as que mais se destacam são as de Nunes, Foucault, Guimarães, Galeano, Silva, Louro, Moreno.
            No primeiro capítulo, Bonfim busca esclarecer o contexto histórico, político e teórico da sexualidade no âmbito de ensino, também neste capitulo a autora traz a baila grandes autores com seus estudos sobre a sexualidade, formação, tradição e principalmente a religião; a igreja com seus dogmas entendiam que sentir prazer ou algo parecido era considerado um ato pecaminoso e fora de contexto. Em um primeiro momento, percebe-se que, tais estudos eram apenas para entender a sexualidade e compreender a biologia do sexo, ou seja, a funcionalidade dos órgãos.
            Após esta fase, foram desenvolvidos estudos nas relações conjugais, pois o sexo com prazer estava presente na vida das pessoas e ter relação sexual deixou de ser apenas para procriação e sim para a satisfação dos desejos.
           
            No segundo capitulo, a autora busca analisar as relações entre a organização do sistema de Ensino Superior, políticas de formação de docentes com a questão educação sexual. Com a reforma pombalina da educação, onde o sistema jesuítico passou a ser conduzida pelo estado, na década de 1960 foi implantada nas escolas a educação sexual, na qual crianças a partir dos onze anos já tinham acesso sobre a parte biológica e reprodução humana.
            Com a aplicação do conteúdo sobre reprodução humana, naturalmente despertou entre os alunos a curiosidade sobre a sexualidade, alguns professores se aprofundaram no assunto e em contra partida houve suspensão dos mesmos e até expulsão de alguns alunos. Por tempos, a sexualidade era reprimida, vista com maus olhos, pois se tratavam de um sistema biológico com fim de reprodução humana e em conseqüência muitas doenças chegaram e juntamente com elas a AIDS, no Brasil, a educação sexual passou a ser discutidas nas escolas como método preventivo; com o passar dos anos esse tabu foi sendo quebrada, a educação sexual foi sendo inserida nas escolas e faculdades de uma forma menos conservadora e de natureza esclarecedora.

            No terceiro capitulo, a autora busca abordar a questão educação sexual dentro da formação de docentes na disciplina de Ciências Biológicas; também percebemos que a sexualidade tem grande relevância na vida dos indivíduos e que não pode ser tratada somente com cunho biológico de reprodução, pois cada ser busca dentro de si o real prazer, a liberdade de viver suas mais intimas emoções. É de suma importância esclarecer que a sexualidade deve ser trabalhada de maneiras diferentes em cada fase de nossas vidas, nas escolas tem que ter certo cuidado ao abordarem sobre o assunto e ao mesmo tempo agir com naturalidade, porque criança aprende através de gestos e ações. Por fim a autora quer nos mostrar que a sexualidade é algo natural e não somente o sexo biológico entre homem e mulher para reprodução. Com os avanços da tecnologia, descobertas e também da humanidade a questão sobre sexualidade, liberdade sexual e conhecimento intimo se tornará um assunto agradável e natural, ou seja, deixará de ser visto com certos receios ou preconceitos.

            Esta Obra é indicada para pais, acadêmicos nas diversas áreas, linguagem simples; não recomendo para menores de dezesseis anos.

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